quarta-feira, 17 de junho de 2009

MEU AVÔ JÁ DIZIA...

Às vezes, os maiores presentes que a vida nos dá
Passam a vida toda sem serem abertos!

Neste circo e na vida, parecemos andar sobre uma corda bamba
Olhando para baixo e tremendo nas bases,
Ante fatos inevitáveis e um tanto estranhos.

Outras vezes, parecemos presos
Na casa dos espelhos...
Com aquele velho costume,
Tão conveniente e sem responsabilidade,
De ficar em cima do muro!

Sem saber o que quer, nem o que fazer.
A decisão... deixa para amanhã!
E ainda pergunta: O que é que eu faço?
O que faria se fosse você?
Originalidade, longe de mim, não quero morrer!

Meus amigos, meu avô acordava todos os dias:
Firme, forte e feliz!
Esses eram os três “f’s” do Firmino.

O velho avô já dizia, em sua simplicidade:
“Não conheço uma letra além de meu nome,
Mas não preciso de livros para saber quando acordar,
Nem mesmo quando dormir.
O céu escurece e vêm as estrelas!
O sol amanhece e eu escuto o bom dia!
Não preciso ler para saber que tenho que comer, eu sinto, tenho a fome!
Assim também é a vida, é bom sentir, é bom viver!”

Pouco tempo depois ele foi viver em outros espaços.
Mas antes de sua ida, fez um brinquedo:
A famosa perna de pau dos palhaços!
E disse: “Foram feitas para andar por cima do mundo!”
Essas palavras me fizeram meditar por muitas tardes.
Principalmente, semanas depois, quando ele resolveu viajar para outro mundo.

Assim, seguiu com as lições da tal brincadeira:
“A primeira coisa que se deve fazer é ter equilíbrio.
Sem ele, você não tem como caminhar.
Tem que ter confiança em você mesmo.
Se cair, saiba que do chão você não vai passar!”
Ele, então, sorria com aquele jeito todo particular.

“Vai chegar um tempo em que apenas andará.
Depois pensará nos palhaços mais experientes.
Com essa imagem, com certeza, sorrirá.
Dançará sem nenhuma preocupação.
E, por si mesmo, se alegrará.
Alegrando-se, com certeza, sua Vida se transformará!”

Assim aconteceu, talvez com outras palavras.
Num verão precioso em Porto Seguro, nas terras da Bahia.

Ainda estou aprendendo a andar com as pernas de pau.
Muitas vezes me equilibro,
Esbanjo ternos sorrisos,
Mas ainda falta muito...

Vamos amando como podemos.
O pouco a se tornar muito!
Mas, uma coisa é certa, um dia sairemos do circo
E conquistaremos os outros mundos!

Tenha uma boa vida!


(Estes escritos são dedicados com grande carinho ao avô Firmino Gonçalves de Souza que caminha pelo mundo espiritual e continua amando como um velho menino! Grande abraço vô!)

- Samuel Souza de Paula -

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