Entrevista: Relações Interpessoais e a Prosperidade

RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A PROSPERIDADE

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MARIA TEREZINHA PERES

Formada em Serviço Social - Faculdade Paulista de Serviço Social SCS e Pós-Graduada em Recursos Humanos na Gestão de Negócios - Universidade São Judas Tadeu. Vivência de mais de 20 anos na Área de Recursos Humanos, em empresas de grande e pequeno porte com atuação generalista. Atuação em gestão de pessoas, nas Áreas de Treinamento e Desenvolvimento, Comunicação Interna, Benefícios, Responsabilidade Social e Administração de Pessoal. Implantação e coordenação de diversos projetos da área e atuação como Consultora Interna.

Nesta entrevista, Terezinha Peres, consultora de RH, fala como as relações interpessoais influenciam no desenvolvimento da prosperidade; qual a importância da comunicação nas empresas, na família, nos relacionamentos em nossa vida.

Qual é base de uma boa relação interpessoal?
Para mim a base é a comunicação. E a comunicação deveria ser disciplina na escola quando aprendemos as primeiras coisas da vida, não é mesmo! A gente aprende com a vida. E quando falamos de comunicação, precisamos entendê-la em todas suas formas, falada, escrita, corporal e principalmente aquela que não é expressa em palavras. Sabe aquela resposta que você não deu e ficou engasgada, por exemplo. Quanto mais coisas sem falar e resolver, mais pendências em nossa comunicação, que podem vir a tona em momentos errados, gerando conflito nas relações.

Como podemos ter uma boa comunicação?
Quando falamos em comunicação já se imagina o ato de falar, de expressar algo a alguém ou a um público. Porém, para mim a essência está em no ato de ouvir, mas o ouvir comprometido, quer dizer, escutar em todos os níveis, com atenção, percebendo também aquilo que está sendo expresso além da palavra falada e como é falada, e o que não foi falado.

É por isso que temos dois ouvidos e uma boca?
Isso mesmo! Quando você ouve com comprometimento e intenção de entender o que é dito. Pois em nossas palavras colocamos emoções, expectativas, idéias, muitas coisas são colocadas em nossa comunicação.

O que mais é importante para termos uma boa relação com as outras pessoas?
O cuidado. Quando digo cuidado, é do verbo cuidar, ou seja, devemos querer cuidar do outro, pois quem não quer ser bem atendido e cuidado? Queremos ser aceitos onde quer que estejamos, e então, se temos a preocupação em cuidar de quem está do nosso lado, (digo isso em qualquer situação) temos uma boa chance de que o outro nos aceite também.

Mas, podemos dizer “não” quando algo não nos agrada?
Claro, e devemos! Muitos problemas são causados porque as pessoas não têm coragem de dizer não. Porém, devemos aprender a dizer não, pois o nosso cérebro não capta o “não”.
Não gostamos de ouvir a palavra não. Como exemplo, quando você vê escrito “não corra”, imediatamente você pensa no que? Em correr! Se quiser briga com alguém diga não para essa pessoa, não concorde com ela. Então, quando for dizer não a alguém, fale de uma forma amena, escolha as melhores palavras, pense que poderia ser você a ouvir aquele não. Se colocar no lugar do outro é sempre um bom exercício.

Como você acredita que as relações nos ajudam a ser prósperos?
Pergunte a um bom vendedor, porque ele sempre é educado e gentil com todos que o cercam. Além é claro de uma boa formação, digo educação, o bom vendedor está sempre captando clientes, se alguém não é seu cliente hoje, poderá se tornar amanhã. Entendo que uma pessoa próspera, deva alcançar um estado de equilíbrio, onde consiga se relacionar bem nas dimensões, financeira, emocional e espiritual. O bem material, por si só, desacompanhado de um bem estar emocional, por exemplo, não traz a alegria que poderia, de plenitude.

Como construir e manter boas relações interpessoais no âmbito familiar visando à prosperidade, tanto individual das pessoas que integram este círculo, como também de toda a família, considerada como um ente único?
Acredito que, quando uma família tem os mesmos propósitos de vida, estão buscando um objetivo comum de prosperidade, e se ajudam mutuamente tem chance de sucesso e de riqueza. Há que se pensar que cada um pode estar num momento diferente, de formação, de carreira profissional e emocional também. A família deve buscar esse entendimento, onde haverá espaço para o crescimento individual e no grupo. Quando um ou mais membros da família se sobrecarrega em termos de trabalho ou emocionalmente, criará um desequilíbrio, e deixando mais distante a prosperidade.

Como as empresas tratam as questões de relacionamento?
As empresas, de maneira geral, desenvolvem diversas ações para que seus resultados sejam alcançados mantendo a boa convivência e que seus colaboradores tenham o espírito de equipe. Através de pesquisas de clima, programas de integração, treinamentos e eventos sociais. São ações válidas, porque por mais individual que uma atividade possa ser, ou que alguém possa se sentir dentro de uma organização, ela é parte do sucesso ou não desta empresa. Qualquer ação poderá melhorar ou denegrir a imagem de uma empresa.

Você acredita que uma empresa também possa buscar a prosperidade em todos os sentidos?
Claro! Penso que as organizações que buscam a prosperidade de forma ampla, são aquelas que se preocupam com a sustentabilidade ambiental e social, por exemplo. Se existe a preocupação com o futuro, obviamente estas organizações estão atentas a responsabilidade de suas ações atuais e se preparam para um futuro mais equilibrado, entre o ser humano e a natureza.

De que forma pessoas que trabalham juntas podem agir para que o seu trabalho seja próspero, levando em consideração a existência de hierarquia?
Eu penso que o ideal de ambiente de trabalho próspero seja ter pessoas certas nos lugares certos e em qualquer situação, cada um deve ter seu papel bem claro. Quando cada profissional assume sua responsabilidade e respeita o espaço do outro, podem se apoiar e trazer benefícios financeiros e de bom clima de trabalho. A questão da hierarquia, deve ser sempre respeitada, é muito bom quando o subordinado admira seu superior. Essa admiração se dá por respeito de ambas as partes.

O que você poderia destacar como problema de relacionamento nas empresas atualmente?
Um dos problemas atuais nas empresas são os conflitos entre as gerações. Líderes na sua maturidade lidando com subordinados jovens, pessoas mais jovens liderando pessoas de várias gerações. Os líderes mais jovens, que já foram educados com recursos do computador e tem uma forma de lidar com as questões de trabalho, de tempo, e de pessoas diferentes do líder mais antigo. Trocam de trabalho com mais facilidade, pois tem expectativas de crescimento profissional em tempo curto, se considerado o tempo de promoção de tempos passados. A dica é: ao invés do conflito, aproveitem o que há de melhor em cada geração. Todos podem contribuir, havendo o respeito mútuo.

Você acredita que as relações podem ser a semente da prosperidade e também seu fruto?
Sim, com certeza, pois vivemos em sociedade. Então tudo o que se construir depende do tipo de relações que temos. Como você sugeriu fruto, vamos colher o que plantarmos. Podemos ir em busca de bens materiais apenas, focarmos nisto, e esquecermos nosso bem estar com nossos parceiros de vida, obviamente colheremos os frutos de uma relação desequilibrada, e não uma prosperidade plena.

Como perceber e afastar relações interpessoais que nos levam ao caminho da não prosperidade?
Muita observação, fique de olho nos resultados que suas relações te trazem, você se sente bem ao estar ao do outro? Existe uma boa sinergia de idéias? Além do emocional, efetivamente se existe envolvimento financeiro, o quanto você está doando e quanto está tendo de volta? Porque qualquer relação requer uma troca, e a balança deve ter dois ganhadores. Numa boa relação todos ganham, não há perdedores!

Maiores informações:
Maria Terezinha Peres
Consultora de RH
mariatperes@gmail.com