quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SUN MOON DANCE 2010 (USA)

SUN MOON DANCE 2010 (USA)


- Samuel Souza de Paula -
(Para ver as fotografias comentadas acesse o link no final deste texto. Ótima jornada!)



A vida é cheia de mistérios... O inusitado nos visita e surpreende nossa alma. Quem poderia imaginar os presentes que o Grande Mistério iria nos dar? Quem poderia prever o imprevisível sem ao menos parar para escutar? Minha resposta foi SIM ao convite de Felicity Macdonald a “Dançar Fora” e representar o grupo do Brasil mesmo sem saber se seria possível seguir esta jornada.

Quantos desafios, quantas limitações, mas quando você diz sim, quando dá o primeiro passo, de verdade, o Universo diz sim também e caminha dez milhas em sua direção. O que era limitação tornou-se possibilidade. O que aconteceu foi uma série de eventos, no mínimo mágicos, que testificaram o que era para ser. O que era para ser...

Nestas poucas linhas compartilho com você como ondas de gratidão, por sentir que também faz parte desta história e que de alguma maneira estas pequenas, mas muito significativas experiências o inspirem na dança da vida. Não é por acaso que está por aqui.


Dia Fora do Tempo
Nosso vôo esta marcado, sim nossa jornada começa no dia 25 de julho, dia fora do tempo no Calendário Maia. Para simplificar a contagem do tempo Maia se baseia em 13 ciclos lunares de 28 dias por ano solar, perfazendo 364 dias, mais um chamado de ‘Fora do Tempo’. Os Maias o consideram como uma grande oportunidade de reciclar, recomeçar, recarregar as energias, liberar o que já não é mais preciso, agradecer por tudo que foi recebido no período anterior em todos os aspectos. Cito isto para compartilhar uma frase meditativa realizada neste dia: “Hoje, educo com arte meus pensamentos para definir o florescimento de minha existência.”

Lembre-se: Quando você está atento aos sinais os sinais aparecem...

Já devo ter falado em outras oportunidades que adoro comer, degustar novos combinações culinárias e para brindar a noite de lua cheia nosso amigo Andrew Macdonald nos convidou para jantarmos num belo restaurante japonês. Que maravilha! (Se você conseguir resistir acesse o arquivo de fotos apenas no final do texto assim que terminar a leitura e presenciará nossas faces radiante após experimentar tudo o que nos demos ao direito). Estávamos satisfeitos, eu e minha namorada Valquíria Shirai, e o casal Andrew e Felicity Macdonald.

Lua Cheia, dizem que quando se conta uma boa história neste dia elas se materializam. Ela irradia uma energia de expansão, abundância e prosperidade. Lembro-me de muitas histórias inesquecíveis que meu avô me contava não antes sem pedir a benção à mãe lua.

Ainda não havia lançado meu primeiro livro “Pepitas de Amor”, mas estava com os três primeiros exemplares enviados pela Editora em minha mala. É um livro agradável e enriquecedor que inspira carinhosamente o leitor a despertar os tesouros internos. O prefácio foi escrito por Eduardo Shinyashiki e participação especial dos integrantes do GEPE. Em cada página uma pepita de amor, uma frase inspiradora entre os textos. E nossa amiga Felicity tirou a seguinte pepita após o jantar:

“Um lembrete: O bom-humor é irmão da paciência. Sorria mais, mesmo nos momentos em que acha que não há motivos para sorrir. Sorria até da falta de motivo e... paciência”.

O que está frase teria a ver com nossa viagem? Qual a importância do sorriso, do bom-humor diante das situações da vida? O que esta pepita queria nos dizer?

Neste momento olhava minha namorada e pensava: “Como sou privilegiado. Como é bom ser o que eu sou. Sentir gratidão principalmente pelas oportunidades de seguir a guiança do Universo! E de coração agradecer...” Nos despedimos da Valquíria e Andrew no aeroporto, e seguimos... Nosso vôo está prestes a decolar.

O Pássaro de Ferro
Tudo pronto! Avião abastecido. Sentado trazia a recordação todos os emails e vibrações que havia recebido dos amigos, alunos e parceiros no desenvolvimento do propósito de nossas vidas. O tempo passava e todos acomodados dentro do avião. Todas as informações, vídeos, e apertem os cintos foram dados. E o avião, o avião nada de decolar. Então o piloto nos trás a notícia horas depois, vou transcrever em tons xamanicos: “How tripulantes do pássaro de ferro. Nosso pássaro é muito bom, mas nesta noite está sem ar na cabeça. E vocês sabem, não queremos pássaro doido lá no alto, queremos clareza de pensamentos. Nossa solução é deixar o pássaro de ferro dormir no ninho e amanhã voaremos com ele.”

O que pude notar ao meu redor, diante da noticia de falta de oxigênio na cabine do piloto e que o avião não decolaria naquele dia, foram faces bravas. Parecia que não faltava apenas oxigenação na cabeça do pássaro de ferro, mas também na cabeça da maioria dos seus tripulantes. Respiramos fundo, levando oxigênio ao nosso cérebro, e como havia saído nas pepitas de amor, bom-humor e paciência à nossa alma. Podemos nos deixar ser influenciados negativamente por diversos motivos ou podemos influenciar o cultivo da solução e reconhecer o que existe de bom, com bom-humor, em situações como esta. Esta não seria a primeira vez que o coiote apareceria em nossa viagem.

A companhia aérea bancou uma estadia maravilhosa em um ótimo hotel. Após alterar toda nossa programação nos EUA, descasamos no conforto e comendo do bom e do melhor. Avistei até um beija-flor. Sabe, os beija-flores parecem ter a vibração mais alta e suave da Natureza. São as únicas aves que voam em qualquer direção, para cima, para baixo, para trás e para os lados. Devido à rapidez com que batem as asas, parecem aos nossos olhos estar completamente imóvel no ar. O beija-flor nos estimula a encontrar a doçura e a alegria de cada situação.

O pássaro de ferro com seus pensamentos arejado, agora estava pronto para voar. Que maravilha! Antes meu lugar era no corredor, o avião estava cheio, agora tinha muito mais espaço e viajava na janela. Como diz a história que ainda não contei neste texto: “no final você vai sorrir com o coiote!”. Nossa jornada estava apenas começando. Chagamos nos EUA na sintonia mente-coração, sentia que estávamos cumprindo uma profecia e percebia o sentido da ligação que os nativos compartilhavam da união Condor-Águia (América do Sul – América do Norte).

Três coisas essenciais
Em Bayle paramos para abastecer o carro. Encontramos uma moradora da cidade que nos ensinou na simplicidade uma sabedoria muito preciosa. Em meio ao bate-papo ela recomendou três coisas essenciais para ficarmos bem nestas terras.

A primeira recomendação é um bom chapéu. O chapéu além da utilidade prática em meio a intensidade dos raios tem sentido simbólico. Ele é um círculo onde sua cabeça fica no centro. Representa que você está centrado em seus pensamentos e tem a possibilidade de enxergar o mundo a seu redor, o circulo ao seu redor. Este também é um dos motivos do porque nas cerimônias xamânicas de se vestir saia, representa que está centrado dançando a sua dança no círculo da vida. O centro do círculo representa o fogo sagrado, O Grande Espírito, Deus, A Fonte. E a primeira recomendação que recebemos foi um bom chapéu. Fique centrado no seu espírito.

A segunda recomendação é beba bastante água (na realidade ela nos recomendou um produto para matar a nossa sede, que no final das contas é água). Para caminhar, seguir a sua jornada em terra quentes – lembrando que estamos a caminho do deserto – hidrate seu corpo. Cuide do seu corpo. Traga a flexibilidade, fluidez, os eletroliquidos, ou como se diz nas cerimônias: “a luz liquida” para o seu corpo. É muito interessante. Para diversas tradições nativas o Universo é feito de água, estamos mergulhados no Oceano da Vida. E o nosso corpo? Quanto de água existe nele? Perceber a inteligência que existe no corpo, perceber o que o corpo pede e cuidar carinhosamente.

A terceira recomendação tem tudo a ver com a pepita de amor, tem tudo a ver com o coiote, a terceira recomendação é bom humor. Leve as coisas com bom humor, meio que na brincadeira. Ria mais, ria de si mesmo. Só para relembrar os três conselhos desta mulher de chapéu em Bayle. Um bom chapéu – esteja centrado no seu espírito. Água – esteja presente no seu corpo. E bom humor – sorria, aliviei e traga leveza e harmonia à suas emoções. Um bom chapéu, água e bom humor.


Encontro com Chief Tree Rael
Em Alamosa, encontramos Tree vestida em seu chapéu preto, ar sério e olhar de guerreiro. Jantamos no Chili, depois tivemos a honra de sermos convidados a ir até sua casa. Em meio a muitas histórias, algumas semelhantes as da minha infância. Ela se retira do ambiente, momentos depois volta e me traz um presente. Um urso de pedra branca.

Não havia dito nada a ela, mas havia ganhado um Medicine Bag com pata de urso e em todas as danças que participei dançava o ultimo dia com o Urso. Há anos trabalhando com a medicina deste animal que para mim é um símbolo da força de todos os animais de poder, também a introspecção, intuição, cura, consciência, ensinamentos, curiosidade e proteção – como a própria Tree comentou. Proteção contra qualquer energia diferente ao melhor existente no espaço interior.


A Dança no Deserto

A Sun Moon Dance, dança que estava prestes a começar, é aberta a todas as pessoas que procuram a inspiração para viver uma vida espiritual de uma maior consciência e que estão dispostos a investir o esforço. Ela fornece as condições especiais necessárias para uma experiência direta do Espírito e dos reinos espirituais. Já havia participado como Guardião do Fogo, Apoio e Dog Solders nos anos anteriores no Brasil (alto da montanha, muito verde, árvores ao redor...), mas não no deserto é bem diferente.

Lembrando que esta é uma das danças transmitidas pelo visionário Joseph Rael, Beautiful Painted Arrow (Flecha Pintada Bonita), da tradição dos Ute do Sul e Picaris Pueblo. Durante vários anos ele participou das danças sagradas de seu povo. No início dos anos 80, o Espírito presenteou Joseph com visões de várias danças sagradas para serem oferecidas a pessoas de todas as raças, de diferentes religiões e credos. Com base no seu treinamento, Joseph sabia que essas danças proporcionariam as condições especiais necessárias para uma experiência direta do Espírito e dos reinos espirituais.

Durante 15 anos ele viajou pelo mundo liderando essas danças cerimoniais. Em 1997, Beautiful Painted Arrow retirou-se para suas terras na Reserva dos Ute do Sul. Para prosseguir com o trabalho que surgirá de suas visões, ele pediu a algumas pessoas que haviam dançado com ele, para continuarem a conduzir essas cerimônias. Entre estas pessoas estavam Chief Tree Rael, sua filha.

Como o próprio Joseph nos diz: “Nos quatro dias de dança recebem-se muitos ensinamentos. A forma da dança em si é uma metáfora para a oração. A dança sagrada nos ensina sobre o poder de colocar todos os aspectos de nós mesmos em nossas orações - fisicamente, mentalmente e emocionalmente. O jejum observado, sem alimentos, fala ou água potável, nos traz clareza mental e nos ensina o quão forte nós somos realmente. Os movimentos na dança nos ensinam sobre a importância de dançar para alcançar uma visão, e depois dançar a visão de modo que ela possa ser incorporada e realizada. Ela também nos ensina que manifestar o que desejamos realmente exige empenho, esforço e entrega”.

Em um nível pessoal, o dançarino passa por uma experiência inovadora e transformadora. Existe um compromisso importante de dançar o ciclo completo da dança, pois isso traz a cura nos quatro níveis: mental, emocional, físico e espiritual. Tree, a líder desta minha primeira dança, seleciona os lugares onde cada dançarino irá dançar. Minha direção é o Leste.

Recomenda-se guardar, ou melhor, hibernar todas as visões por no mínimo três meses – pois cada uma delas é sagrada e é preciso tempo para assimilar tamanha intensidade. Compartilharei com vocês alguns fatos interessantes, marcantes, e deixo aqui um desejo de que em algum momento de nossa caminhada possamos ter a oportunidade de trocar experiências de participação nas danças pessoalmente em círculo.

Não poderia deixar de dizer que estava muito, muito quente. Logo mais compartilharei uma visão relacionado com o local da Dança em Sand Dunes. Mas coisas inusitadas aconteceram: a presença do arco-íris; chuva no deserto; formações de torvelinhos de areia dentro e fora do campo de dança; nascer do sol às 6h e por do sol lá pelas 20h.

Antes de começar a dança aconteceu uma coisa mágica. Eu disse que choveu no deserto, pois bem, choveu granizo! Toda a pista da dança ficou branca com o gelo, muito bonito! Para você ver como estava quente, pouco tempo depois estava tudo seco novamente como se nada tivesse acontecido.

Outra coisa mágica. Lembra que falei que o Coiote apareceria em outras oportunidades? O coiote sempre chama quando as coisas ficam sérias demais. Na tradição indígena, simboliza a capacidade de ver a si mesmo com distanciamento irônico. Ele nos anima a renovar a inocência, mesmo em meio ao caos da vida cotidiana. A acordar a sábia criança interior e responder ao mundo como ela o faria. Você também pode ter certeza de que o coiote ensinará uma boa lição a você sobre você mesmo.

Conta-se uma história que o Grande Mistério criou todo o Universo fez todas as coisas em suas minúcias. Até as estrelas no céu eram alinhadas em perfeição. Tudo direitinho. O Coiote enciumado pensava: “Poxa! Eu não vou participar da criação?!” Então, numa noite de lua cheia ele uivou, com tal força e intensidade que todas as estrelas, antes alinhadas, saíram do lugar. E hoje vemos as estrelas no céu como o Coiote as deixou com seu uivo.

É, O Coiote é um brincalhão e ensina que existe uma graça, mesmo nas aparências caóticas existe uma beleza.

Isto para eu falar da magia que aconteceu no decorrer da dança. Todas as tardes parecia cena de filme, à noite chegando e com ela o uivar dos coiotes. Bem especial! Ahow Coiote!

Vou dizer novamente, agora com sorriso de coiote: A dança no deserto foi quente! Como Joseph disse: “Esta dança, a Sun Moon Dance, é para estudantes graduados, aqueles que são chamados para fazer mudanças importantes em suas vidas pessoais bem como para auxiliar na grande obra de cura planetária e na promoção da paz mundial.” Realmente, uma experiência intensa!

Uma das visões marcantes na dança foi ver a Felicity dançando aos seus 70 anos de experiência de vida em pleno deserto. Posso dizer, os ouvidos do meu coração escuta, os olhos da minha alma vê, a fala da minha fala repete: “É uma Elder que dança um ótimo sonho!”

Tivemos o privilégio de sermos recebido na casa do Joseph, na reserva dos Ute do Sul. E em uma das refeições ele perguntou: Foi difícil dançar no deserto? Eu e a Felicity nos olhamos e dissemos, cultivando aquele ar de com toda certeza, sim! E ele respondeu. Então foi bom! Muito bom!

Gratidão Tree Rael, Felicity, Dixei, Scott e David. Gratidão!

Quero citar também que o crânio de búfalo que esteve no centro desta cerimônia é muito sagrado. É o mesmo crânio utilizado nas cerimônias da Dança do Sol. Foi uma honra dançar a presença destes espíritos ancestrais. Ahow a todos os guerreiros da paz!


Encontro com o Elder Joseph Rael
Quando falamos de encontro sempre me lembro da sabedoria nativa que diz: “Estamos sempre nos reencontrando”. Esta é a sensação mágica que crescia a cada pegada do cavalo de ferro, nosso carro branco, e as paisagens que passavam como que buscasse a realidade primeira das montanhas. Como se contasse mistérios silenciosos. Estávamos na estrada em direção a reserva dos Ute dos Sul.

Um pássaro cruzava nosso caminho em quase toda a viagem, era o Raven, ainda falaremos sobre ele. Seguia atento aos sinais que a vida nos mostrava. Mas o que estava prestes a ver era quase que uma conjunção cósmica, quase uma expressão de raro eclipse a olho nu, a sincronia do Universo. Como sempre compartilhamos: nada é por acaso.

Um grande falcão cruzou a frente do nosso carro, “muitos cavalos brancos”. Não apenas cruzou num vôo rasante como carregava em seu bico uma cobra. Ele seguiu seu vôo até o alto de uma árvore. Que mágico!

O que me veio foi todo o simbolismo da cena. A cobra que representa a transmutação, a vida que vivemos na Vida. A mensagem de que é bom aceitar o que acontece de novo e que simplesmente vamos mudando, assimilando idéias e inspirações. Quando notamos, não somos mais os mesmos.

Dancei o leste, a visão. E o falcão é o mensageiro da visão, da vida e dos sonhos. Ao vermos um falcão voando com a cobra no bico foi um aviso de que estamos prontos para trilhar jornadas mais profundas. Um sinal de que Grande Espírito está abrindo caminho e trazendo novas oportunidades.

Nossa jornada segue e na casa do Joseph somos recebidos por um cervo. Trazendo toda uma atmosfera da gentileza, da doação e entrega. Da entrega do que? Do coração e do espírito ao amor, da celebração da vida com a natureza. Tiramos até uma fotografia do cervo que nos recebeu.

Na hora do jantar o Joseph fez uma prece em Tiwa, não entendi uma palavra, mas compreendia tudo. Um dos ensinos que Joseph transmitiu foi o de caminhar os nossos sonhos. Gostei da prática, é simples e profunda. No meio do bate-papo sobre o trabalho desenvolvido para harmonizar, pacificar as tribos e incentivar verem-se como irmãos de anos atrás ele fala:

“Mah é trazer o sonho para perto, para dentro de nós.
Peh é plantar o sonho, focar.
Tchô é soltar e confiar que se está com o Grande Mistério.”

É muito interessante, pois muitas vezes falamos que estamos em busca dos nossos sonhos e aqui a prática é trazer os sonhos para perto de nós. Os sonhos já existem pode ser que tenha fugido por algum tempo, mas ele está ao alcance de suas mãos. Tem toda uma simbologia com os gestos das mãos e o caminhar, na próxima vez em que nos encontrarmos demonstrarei ficará bem fácil de entender.

Depois nos mostrou seu atelier e muitas pinturas originais. Muitas de suas visões. Umas delas têm a ver com a mudança de paradigma. O instigar a ir além, se por um lado as práticas nativas procuram deixar o tão presente quadrado e assumir o circular, Joseph vem dizer que o oval é a perfeição. No oval tudo é perfeito, a vida, o circulo, a rotação, a fluidez. É você ficar no sentido de paz e não de guerra.

E por falar em guerra, ele nos contou uma de suas visões. Que existiam dois guerreiros muito bravos que faziam guerra entre os povos. Então em um momento certo, depois de muitas preces e danças para apaziguar estes demônios eles foram enterrados em Sand Dunes, para assim trazer a paz. Nossa dança foi em Sand Dunes e toda ela foi dedicada a paz!

Sei que existem muitas outras experiências e não é possível colocar em nosso espaço de tempo tudo o que compartilhamos. Quando eu tinha 7 anos sonhei que ajudava Deus e falava não fique assim, estou aqui para ajudá-lo! Por que citei este fato, que tem uma riqueza de detalhes que não contei aqui? Para compartilhar com você um dos sonhos da infância do Joseph:

Quando ele era pequeno queria conhecer Deus e passou a procurar Deus no sonho. Um dia ele estava debaixo de uma mesa, no altar, e ele viu um buraco. Ele perguntou então: Quem é Deus? Então ele compreendeu, pela resposta que vinha do buraco, que Deus era aquele que fazia a pergunta.

Conhecemos a Câmara da Paz na casa do Joseph. E ele nos ofereceu água e contou que quando os estrangeiros chegaram para dominar os nativos eles viam que eram irmãos. Sabe como eles sabiam? Então pediu para que bebêssemos um gole de água. O som que faz ao beber a água era “Soul”, alma em inglês. Assim eles reconheciam que aquele povo diferente tinha alma. Tudo é feito de vibrações, a vida, as palavras, as coisas e este é um dos grandes mistérios e paixões presentes no trabalho de Joseph. Se sou um som, uma vibração, qual a qualidade da vibração que estou produzindo?

Então compartilhou uma de suas atitudes diante das crianças. Somos influenciados pelas vibrações e uma das práticas que Joseph gosta de fazer é visitar as crianças e simplesmente estar com elas. Sem dizer nada apenas em vibração. As crianças absorvem as vibrações. Então ele recomenda aos mais velhos, que querem ver mudança no mundo, a comer com as crianças. Ser um exemplo, e contagiar com sua energia.

Nossa recebi muitos presentes! Muitos, muitos presentes! Cada um deles em sintonia com minha história e vibrações. Poderia compartilhar durante horas, mas por agora, agradeço todo o acolhimento do Joseph e sua esposa! Foram simplesmente ótimos! Gratidão pela honra!

Ah, não acabou por aí! Recebemos um convite para participar de uma cerimônia muito especial com os Pueblos Picuris ... A Dança dos Palhaços! Heyoka!!! Que honra!

Mesa Verde

Disse que encontrava quase em toda viagem o pássaro chamado Raven. Lembra? O simbolismo dele é estar além do tempo. Os antigos chefes contam que o Raven enxerga simultaneamente os três destinos – passado, presente e futuro. Imerge em luz e sombra, enxergando ambas as realidades internas e externas.

A presença do Raven, traz a conexão com a magia. Se ele aparece você vê as leis do grande espírito em relação às leis da humanidade. Instiga a sermos atentos às nossas opiniões e ações. Como se dissesse: “Mude a forma daquela realidade velha e torne-se seu futuro próprio”.

Visitando uma das Kiva de Mesa Verde, um presente. Uma pela de Raven. Está é uma ótima história. Por enquanto acesse as fotografias e curtam a paisagem e construção de Mesa Verde.

Continuar Continuando...

Este é o lema: continuar continuando. Voltaremos a compartilhar um pouco mais desta experiência em outra oportunidade. Não vejo a hora.

Sim, é com alegria no coração, energias nas palavras e brilho nos olhos que escrevo agradecendo o privilégio, a oportunidade e honra por ter sido convidado e dançar a Sun Moon Dance em Colorado - USA.

Foi uma cerimônia muito especial liderada por Tree Rael! Dançar no deserto e relembrar a dança do guerreiro da paz na vida foi intenso e mágico.

Conhecer o Joseph Rael pessoalmente e aprender com suas experiências de vida foi uma grande honra, um presente do Grande Mistério!

Gratidão Felicity Macdonald por proporcionar todas estas experiências marcantes. Vê-la dançar o escudo do norte, como uma Elder, foi uma visão que encheu meu coração de alegria.

Gratidão Andrew Macdonald pelo apoio e praticidade nos vários momentos em que o coiote nos visitava no decorrer da jornada.

Gratidão Valquíria Naoe Shirai pelo carinho, sintonia e sorrisos amorosos que passeavam pelos ambientes onde nos encontrava.

Alegria e gratidão Amigos por saber e sentir que todos vocês estavam lá, como não existem distância para o coração, dançando aquela dança. Gratidão também pelas colaborações materiais. Gratidão grupo do Brasil dançando a luz!!!

Compartilho com vocês algumas fotos desta viagem, com pequenos comentários: http://picasaweb.google.com/samuelsouzasilva

Mais uma vez, gratidão!

Continuar continuando... Que seja no amor!

Por todas as nossas relações!

Grande abraço,

Samuel Souza de Paula



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