segunda-feira, 16 de abril de 2012

354: Inspirações Xamânicas para o Cotidiano

TAMBOR XAMÂNICO
- Samuel Souza de Paula -


Existe uma chama que anima a essência dos sons e da vida. Um fogo sutil que ilumina caminhos, uma vibração que desperta os registros ancestrais e acorda as forças do espírito. Há milhares de anos, em diversos lugares do planeta, o ser humano vem acessando diversos ritmos e vibrações honrando a Primeira Luz, celebrando a Natureza e dançando seus sonhos na Teia Sagrada. Tudo o que é vida possui ritmo, ondas de espírito, e respeitar os ritmos é uma atitude sábia e sagrada.

Aprendi que o tambor é o coração, o coração da Mãe Terra. É um instrumento mágico, vivo, sagrado, utilizado com diversas finalidades, entre elas celebrações, jornadas xamânicas, danças e ritos de cura. A medicina do tambor nos ensina a celebrar as forças da alma, fluir nas asas arquetípicas do frenesi coletivo, abrir as portas para as qualidades curativas e acessar estados profundos de consciência. Consciência... esta é a música do Grande Espírito.

Tudo o que existe no mundo tem espírito. Tudo o que tem espírito é vivo. Tudo o que é vivo é sagrado. E tudo o que existe no tambor é honrado. Quase na mesma época em que o fogo era descoberto pelos seres humanos, o tambor surgia para fazer história. Ali, numa clareira da floresta ao redor da fogueira ou no interior da caverna, o som do coração era ouvido, a vibração do espírito vivo, a coragem para seguir em frente e o amor por todas as nossas relações.

Muitas vezes percebo que a repercussão do som do tambor no corpo gera uma verdadeira injeção de ânimo. Sim, ânimo. Ânimo é alma. E, por isso, esta medicina é tão presente nas cerimônias terapêuticas resgate de alma. Sua medicina facilita as viagens a outros mundos, outras realidades. Em um ritmo de 150 a 200 batidas por minuto possibilita a entrada em estados alterados de consciência. Cada tantã do tambor possuem uma mensagem, uma verdade, uma brecha por onde podem surgir os aliados espirituais, os animais de poder e os mestres de cura. Lembre-se: O tambor é um espírito amigo, é uma chave que abre as portas para a realidade incomum.

Muitas vezes o tambor é chamado de canoa ou o cavalo que leva o xamã ao mundo espiritual. De certa forma o tambor também é um mapa, um guia que aponta os diversos estados xamânicos de consciência. Sim, o som do tambor facilita a conexão com o mundo interior e ensina a respeitar todos os ritmos do nosso corpo. O tambor é um professor que ensina a escutar aquele mesmo som... Lembra? Aquele duplo batimento cardíaco, mãe-feto, afirmando a sua ligação humana com a Mãe Terra. Também é uma ponte de comunicação céu-terra, criando um novo tempo e espaço, em ritmos planetários e cósmicos. Quando eu escuto meu coração, estou na realidade escutando as vibrações do tambor que vibra no meu corpo. Como dizem os sábios: Não sou eu quem toca o tambor, é ele que me toca.

Gratidão Espírito do Tambor!

Mitakuye Oyasin!“Por todas as nossas relações!”

Série: 365 Inspirações Xamânicas para o nosso Cotidiano
Autor: Samuel Souza de Paula
Crédito da Imagem: Foto – Desconheço autoria
Outras inspirações no site: http://www.espiritualidadenatural.blogspot.com/

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