quarta-feira, 5 de março de 2008

MÃE DIVINA!


Ó Grandiosa!
Seu mantra ecoa entre as ondas serenas do Ganges Universal!
Seus cabelos esvoaçados balançam energias coloridas!
Suas mãos a tudo tocam, seus olhos a tudo vêem!
Sua dança a tudo faz girar, os mundos dos asuras e dos devas.

Ó Mãe Divina!
Seu amor faz presente em todos os deuses:
Sorri com a criatividade de Brahma,
Com a doce canção de Krishna,
E com a transformação de Shiva!

Ó Senhora!
Sua atmosfera reside além da existência das terras,
Navegando na nave do Nada, no sutil, no invisível!
Sem nenhuma restrição, nem yogue, nem cristão, nem budista ou sikh.
Suas energias e sentimentos dançam amorosamente nos espaços.

Ó Amada!
Sinto o vento de sua presença!
Guiando o caminho das ilusórias distâncias, tornando-as próximas,
Envolvendo a sutil viagem perene aos Himalayas de dentro!

Ó Amor, perfume das consciências!
Abençoa este quarto com seus sonos e envoltórios.
Sua presença desperta os vórtices e as energias,
Tocando o invicto, o quarto centro,
Com ternura, escuto sua voz silenciosa!

Ó Mãe Cósmica!
Repouso o corpo e flutuo no colo de sua vida.
Faz de mim o seu veículo!

Ó Mãe!
Deixe beber o amrita, doçura divina!
Despertando o anahata, elevando-o ao topo, sahashara,
Entrada do quarto estado, consciência-coração!

Ó Inspiradora Eterna!
Fonte e morada dos rishis.
Essência das luzes, Sol das consciências!
Brilho dos olhos sattva, amparadora universal!
Mãos do amor, vida da compaixão!

Ó Divina Kali!
Suspendai a espada do discernimento,
E decepe qualquer vestígio daquele que é o ladrão,
O ego, criador das dores e desilusões.

Ó Suprema Presença!
Somente em seus braços So Ham.
Alma Imortal!
Um! Não-ser! Nada! Total!



(Estes escritos foram inspirados em uma das aulas do curso Om Sattva 34ª Fase ministrado pelo Profº Wagner Borges).



Notas:

Mantra (do sânscrito): Palavra oriunda de "Manas": Mente - e "Tra": Controle. Literalmente, significa "Controle da mente".
Determinadas palavras evocam uma atmosfera superior que facilita a concentração da mente e a entrada em estados alterados de consciência. Os mantras são palavras dotadas de particular vibração espiritual, pois são palavras sintonizadas com padrões vibracionais elevados. São análogos às palavras-senhas iniciáticas que ligam os iniciados aos planos superiores. Pode-se dizer que os mantras são as palavras de poder evocativas de energias superiores.
Como as palavras são apenas a exteriorização dos pensamentos revestidos de ondas sonoras, pode-se dizer, também, que os mantras são expressões da própria mente sintonizada em outros planos de manifestação.

Asuras (do sânscrito): Demônios, Seres do astral inferior.

Devas (do sânscrito): Divindades; Anjos, Seres Celestes.

Brahma: O Criador, primeiro aspecto da divindade na cosmogonia hindu.

Krishna: Avatar de Vishnu (Avatar: Emissário Divino, Canal da Divindade, Enviado Celeste). Na Cosmogonia hinduísta se acredita que Vishnu, segundo aspecto da divindade, O Preservador e Protetor da vida, encarne parte de sua luz como um avatar espiritual entre os homens. Ao longo da tradição dos hindus se diz que Ele encarnou por nove vezes em períodos diferentes. Krishna foi sua oitava personificação.

Shiva: O transformador, terceiro aspecto da divindade na cosmogonia hindu. É o senhor de todas as transmutações na natureza, senhor das energias e de todo movimento vital.

Amrita (do sânscrito): O Néctar da imortalidade.

Anahata (do sânscrito): “Invicto”, “Inviolado”; chacra cardíaco.

Sahashara (do sânscrito): “O Lótus de Mil Pétalas”; chacra coronário.

Rishis: Sábios repletos de serenidade e amor - Mentores dos Upanishads.

Sattva (do sânscrito): Equilíbrio; Pureza. É uma das três manifestações fenomênicas: Rajas (atividade, paixões), Tamas (inércia, passividade) e Sattva (equilíbrio).

Kali: Aspecto agressivo e tempestuoso de Parvati. No Hinduísmo, o Absoluto (Brahman) é subdividido em três aspectos fenomênicos de manifestação: Brahma, o criador; Vishnu, o preservador; e Shiva, o transformador. Cada um dos três aspectos possui uma consorte divina (sua shakti, ou manifestação feminina na criação). Parvati é a consorte de Shiva. É um dos aspectos fenomênicos da Mãe Divina.

So Ham (do sânscrito): Mantra que significa: “Eu Sou”, “Eu Sou Brahma”, “Eu Sou o Todo”. Os praticantes deste mantra, que afirma a própria divindade, a medida em que vão repetindo So Ham, So Ham, So Ham, sucessivamente, chegam a um ponto em que percebem pronunciando uma outra palavra sânscrita: Hamsa, que significa "Cisne divino"; o "Cisne que serve de veículo a Brahma, O Criador”.

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