segunda-feira, 6 de junho de 2011

037: Inspirações Xamânicas para o nosso Cotidiano

CHÁ DE BÊ-BÊNÇÃOS - I
(O Urso e o Chá)



Em certa floresta encantada existia uma montanha sagrada. Lá do alto poderia avistar todas as belas regiões circunvizinhas e também as cabanas feitas pelos povos pé frio, que fizeram dos arredores seu lar, suas moradias. Estes povos eram chamados de duas pernas ou humanos. A natureza compreendia o símbolo destes seres, como aquele que busca alguma coisa. Mas, talvez, naquela época estava sendo difícil encontrar os reflexos deste símbolo, principalmente nos moradores daquelas regiões.

No entardecer podia-se ouvir o uivar do vento, feito canção primal nas encostas, como as vozes dos espíritos da montanha. As entradas das cavernas produziam vibrações que faziam os humanos correrem para suas casas. Os ursos não entendiam. Aqueles ventos para os animais eram mensagens que embalava os mistérios e os sonhos de todos aqueles que não temiam.

Quando o vento ficava forte todas as almas tremiam, como que fugindo de si mesmos. Mas os grandes sábios daquela floresta sempre desafiavam estes ventos. Afinal, não podiam fugir da realidade de suas vidas, suas constantes mudanças. Estes mestres eram chamados de Anciões da Ursa Maior, pois sabiam observar as estrelas e as mensagens da natureza.

Existiam alguns locais especiais naquela montanha grandiosa e solitária, que fazia todos os pensamentos mais claros e objetivos. Em um destes locais, morava a família de ursos pêlos marrons. Muitas lendas já haviam sido escritas por mãos humanas sobre eles, que dificilmente eram vistos, mas que eram considerados os donos da montanha e os descobridores de muitas medicinas.

Mas, nem mesmo os Anciões da Ursa Maior poderiam imaginar o que iria acontecer.

Big, que na época era chamado por outro nome, um dos ursinos mais levados, corria para lá e para cá, em busca de novas brincadeiras. Aquele pequenino e curioso, só queria saber de brincar e sonhar, era a natureza dele. Os mais velhos diziam que ele se tornaria um dos chefes do conselho dos curadores, diziam as profecias. Ele, como toda criança, só queria saber de brincar, sonhar, sorrir e descobrir, descobrir.

O pequenino como de costume, ficava boa parte do dia nas proximidades dos arvoredos da sombra, buscando coisas novas. Contrariando os pedidos do mais velho, ele insistia em desbravar aquele lugar. Certo dia, como de costume, cansado, já tarde da noite, o pequenino se encaminhou exausto em direção a caverna da família dos pêlos marrons, desejoso das guloseimas de sua terna mãe. Tamanho foi seu espanto quando chegando ao pequeno lar e nada encontrar. Nem mãe, nem irmãos, nem ninguém. O que havia acontecido aos amigos de meu coração? – se perguntava.

Continua... Chá de Bê-Bênção II...


Mitakuye Oyasin!
“Por todas as nossas relações!”

Série: 365 Inspirações Xamânicas para o nosso Cotidiano
Autor: Samuel Souza de Paula
Crédito da Imagem: Bear – Robert Martinez
Site: www.espiritualidadenatural.blogspot.com

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