RESGATANDO UMA ALMA SOLAR
Como é bom sorri como a primeira vez? Como é bom sentir que minha alma está de volta? Antigamente seus olhos de tempos em tempos contemplavam os sonhos mais lindos de um relacionamento inteiro, era seu corpo olhando para onde ela se escondia. Ali ela não precisava voltar, ali era você que ia. Era seu tempo de espera, e alguma coisa lá dentro de si mesmo já sabia. Não eram ao acaso os momentos de secura, dores no peito e certo copo vazio. Ela queria voltar e em definitivo! Ela queria se sentir Sol de corpo e alma, iluminando os planetas de sua vida.
Seus dias viviam na intensidade e na busca pelo sucesso. Sua carreira, seus papéis e suas marcas emocionais eram presentes e alcançavam tudo o que primava suficiente. Então chegou o momento, as águas lavaram as perdas dos dias passados. As faces foram atiradas ao chão, os pés pareciam sem lugar para sustentar, as máscaras caíram e a verdade surgia como um vulcão no caminho de suas percepções. Foi ali, naquele instante que se lembrou da história...
Era uma época nas terras de Gália. Contava os versos e os verões nas folhas de um tempo antigo. Uma velha senhora sentada, a embalar em seu colo uma linda menina e ao mesmo tempo dizia:
“Perfume de Rosa, seu coração pulsa feito o de um beija-flor. Ah menina, você quer um amor? Então, case-se com você! Quer agradar Deus e o mundo? Encante-se com as azaléias deste jardim como se fosse um presente e pinte os agrados em seu quadro interno! Quer ver o mundo e as pessoas transparentes? Lave-se no rio dos sorrisos de criança e nas verdades da alma!”
No colo daquela senhora, ela não sabia bem ao certo o que tudo aquilo queria dizer. Mas era o jeitinho de ensinar da Anciã. Falar no agora sobre um futuro distante, falar do distante no colo do agora, para acordar no tempo certo. Por isso ela não interrompeu, nem mesmo perguntou como sempre fazia ao conversar com outras pessoas. Apenas foi sentindo os sentimentos amorosos e o conforto dos embalados sagrados. É como se seu pensamento por vezes tão questionador, desse tempo ao tempo, e sentisse o pulsar do coração. Com voz profunda, a velha continuou:
“Toda vez que se sentir só, saiba que estou com você, eu sou o amor! Quando seus passos não souberem que direção seguir, pare e escute, uma voz amiga irá surgir! Quando seu excesso de controle exceder sua pele e suas relações, lembre-se da inocência daquele bebe, você é melhor do que isso! Se acaso se aperceber sem nenhum capricho, lembre-se dos detalhes em cada folha que Deus fez! Reze minha querida, para cortar os olhares de inveja. E quando for resolver, aprenda, chame seu animal de poder.”
Ela ficou ali, em silencio, por um tempo, como uma princesa em seu reino encantado. Contemplava o bater das asas da borboleta no jardim, guardava aquelas imagens tão lindas misturas às palavras que ouvia. Suspirou profundamente e sorriu, como se alguém do futuro a observasse em lágrimas de alegria. E o futuro sorriu para ela, no colo da velha que sabia.
Até onde vai a nossa imaginação é a mesma distância para se ter pé no chão. Quando se é verdadeira, a verdade a envolve e o caminho acontece. Primeiro firme uma aliança com seu propósito de alma, por favor, caminhe seu caminho de dentro. E ai, na beleza que se contempla, caminhantes nas mesmas freqüências surgirão como as flores no jardim.
Que você seja o Sol do seu céu! Que você seja feliz!
Grande abraço de luz,
Mitakuye Oyasin!
“Por todas as nossas relações!”
Série: 365 Inspirações Xamânicas para o nosso Cotidiano
Autor: Samuel Souza de Paula
Crédito da Imagem: Sun Spirit Bear – Maria Ryan
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