domingo, 4 de março de 2012

310: Inspirações Xamânicas para o Cotidiano

A JOVEM, A VELHA E UM PERGAMINHO



Eram tempos de muitas decisões importantes, tempos que intensificavam o poder das escolhas e a força dos destinos. Tempos em que se pediam preces, planos e idéias para casar harmoniosamente os pés no chão. Quem poderia reunir todos os tons do verde ouro? Quem poderia integrar as folhas sagradas de volta ao povo em pé e as flores no caminho? Poderia um ser humano recriar sua vida e traçar novos sonhos?

Todo ser humano possui olhares e conexões, mista de vivências pessoais e pessoas que caminham em seu mundo. Uma menina olhava atentamente as coisas que aconteciam em sua vida. Algumas vezes pareciam sem sentido, outras eram apenas buscas, desafios e muitas vezes se sentia fora deste mundo. Outros olhos poderiam nascer de seu olhar, outras forças poderiam surgir do nada e de lugar algum. O importante é que ela estava ali, presente em um ponto de convergência, em uma conspiração do Universo.

Uma velha se aproximou, parecia tão familiar como se já a conhecesse. “O que faz aí distante de todos e do mundo?”, perguntou a senhora em tom amigável.

“Medito no futuro”, respondeu a menina, “Parece que minha presença por aqui não faz a mínima diferença. Parece que tudo o que faço não gera resultados. Parece que passei ao longe da cidade daqueles que vibram na pele o contentamento.”

“Ah menina de alma antiga. Tão jovem e com tamanhas reflexões. Muitas vezes a solução está em aceitar o que sente como sendo perfeito. Existe muita beleza nos serviços prestados aos outros. Pode parecer que este conselho seja bobo, sou apenas uma velha. Aceite o desafio, confie em si mesmo. Hoje acordei bem cedo. Antes mesmo de o sol trazer o seu brilho e as águas se esquentarem, fui à floresta encantada. É lá onde me aconselho, onde alimento meu espírito e alinho meus pensamentos, sonhos e desejos. Em meio às inspirações eles, os seres da floresta, me deram um pergaminho e disseram que eu encontraria uma menina e o leria.”

“Não direi muita coisa. A menina eu já encontrei, agora irei ler este pequeno pergaminho e depois seguirei meu caminho.” Então a velha começou a ler:

“Sua vida tem sentido. Sua vida tem alma. Sua vida é importante para a clareza e magia das Mães D’água. Pode ainda não saber, mas na semente do seu ser existe um poder solucionador das emoções humanas. Seus olhos prezam a honestidade, em alguns pontos com idéias perfeccionistas, mas nas dimensões onde não existe saudade, sua vida é plena conquista. Escute a sabedoria do seu coração, amplie a fé em si mesmo, veja sua experiência diária, alegrias, preces de reconexão. Você sabe que aprende mesmo é servindo, dando o exemplo de integridade, e sendo você de corpo, alma e coração. Este é seu grande trunfo. Esteja atento, pergunte-se o que realmente sente e não apenas o que pensa que deveria sentir. As folhas são. A Natureza encanta. O que você é para você? Quais são suas melhores qualidades? O que deseja semear e colher em sua vida? Quem você ama? Quem te ama? O que a impulsiona a amar? O que a faz sorrir?”

“O pergaminho termina com estas perguntas”, concluiu a velha, “e eu caminharei fazendo as minhas. Desejo menina que equilibre aí o seu pensar e dê espaço para sentir. E quando precisar se inspirar vá até os seres da floresta encantada, que está bem aqui”, apontando para o coração da menina.

Mitakuye Oyasin!
“Por todas as nossas relações!”



Série: 365 Inspirações Xamânicas para o nosso Cotidiano
Autor: Samuel Souza de Paula
Crédito da Imagem: The woman – Richard Hook
Outras inspirações no site: www.espiritualidadenatural.blogspot.com

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