quinta-feira, 9 de junho de 2011

040: Inspirações Xamânicas para o nosso Cotidiano

CHÁ DE BÊ-BÊNÇÃOS - III
(O Urso e o Chá)




Corajosamente ele entrou na cabana, mas com passos cuidadosos. Avistou um objeto que saía uma fumaça suave. Olhou com seus olhos curiosos e reconheceu que existia um líquido. Curioso como sempre ele experimentou o chá. O sabor delicioso e o gosto morno eram reconfortantes. Em alguns instantes um calor subia por dentro, e o urso começou a sentir um certo sono estranho.

Era tão precioso e mágico aquele chá que minutos depois ele estava dormindo. Seu corpo de urso ficara na cabana e ele se viu flutuando encima de uma grande árvore. Olhou para uma das folhas da árvore, lembrou das palavras dos antigos e surgiu um certo contentamento. Uma espécie de gratidão por tudo e todos. Antes mesmo de esboçar um sorriso ele parecia estar entrando na folha, como se a folha o sugasse.

Agora ele via coisas que nem em sonho existia no mundo dos ursos... Os nomes que ele chamava para tudo aquilo eram outros, aquela experiência marcaria seus sentidos visionários de tal forma que nunca mais esqueceria.

Na caverna que visitava tinha algumas divisões, pareciam fazer sentido para o “duas pernas” que lá vivia, mas para o urso, era tudo muito novo. Uma parte daquela obra de arte, a moradia, era dedicada ao alimento da vida física e lá poderia encontrar um armário. Dentro dele tinha copos, pratos e vasilhas diferentes. E também certo misturador (liquidificador) que não existia lá nas cabanas dos pé frio da montanha encantada. Qual seria aquela medicina? – pensou.

Em uma porta diferente tinha alguns mantimentos mágicos, cesta básica de quase todos os magos daquele mundo. Encantado por tais visões Big, por tudo o que via, admirou as flores e plantas espalhadas pela recente caverna do duas pernas e sentiu saudade de sua grande montanha.

Tocou uma pedra que servia para as refeições. Tinha alguns lugares que parecia esperar a reunião de outros iguais. Tinha lugar para quatro pessoas (mesa com quatro cadeiras), será que eram as honras às quatro direções? Como saberia?

Ao lado tinha uma caixa de fogo (micro-ondas) pousada numa torre (mesinha para micro-ondas), talvez, imaginou o urso, eles se alimentem diferente. Tudo era tão incrível, tão mágico!

Observou uma área diversificada da caverna, tinha uma cachoeira de águas quentes (chuveiro). Uma parede que refletia a imagem do urso, como naquelas águas calmas, tranqüilas, dos lagos dos ancestrais ursos. Olhou uma espécie de cortina que protegia o respingar da cachoeira (cortina para box). Alguns porta-folhas que eram grudados nas paredes da caverna, pareciam árvores na pedra. Reparou que existiam várias cortinas, estampas que pareciam o céu, às vezes o mar, às vezes uma floresta, ou cores do arco-íris.

Em determinado compartimento da caverna existiam algumas coisas escritas, o urso sabia, por que certa vez havia sonhado que estava no mundo dos devas, e lá ele viu como eles escreviam as curas de todos os bichos, os pés frios e todos os seres vivos da mágica montanha. Eram muitos os símbolos que ele via, uns encima dos outros, numa espécie de teia quadrada cheia de segredos (estante para livros), segredos que poderiam ajudar muitos a terem pensamentos mais claros e vidas mais vivas.

Continua... Chá de Bê-Bênçãos IV...

Mitakuye Oyasin!
“Por todas as nossas relações!”

Série: 365 Inspirações Xamânicas para o nosso Cotidiano
Autor: Samuel Souza de Paula
Crédito da Imagem: Brother Bear – Ken Stroud
Site: www.espiritualidadenatural.blogspot.com

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